quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sorria!

Muito boa noite meus amigos blog-espectadores!

Essa semana que passou foi muito corrida, tive que ir a São Paulo, a trabalho, mas não parei de pensar hora nenhuma em vocês...Pensei como poderia fazer um post novo, algo diferente, sobre dia a dia ou adaptações, e numa das minhas reflexões andei percebendo as ações de algumas pessoas e decidi escrever hoje sobre um pouco da minha história!



Muito bem, fui atropelado, a casa caiu, a giripoca piou, a cobra fumou e galo não havia cantado ainda, para me acordar daquele pesadelo. Não imaginava como iria ser dali para frente, o que iria passar, como iria passar, se suportaria, quem iria me ajudar entre outras milhões de dúvidas que pairavam numa pequena cabecinha de uma criança de 14 anos. Me olhava no espelho e não me aceitava, temia tudo e o pior, não me amava. Em 5 anos havia perdido, meu avô (meu maior exemplo), minha avó, EU havia sido atropelado e ficado tetraplégico, perdido um primo e nove meses após meu acidente um amigo meu havia ficado tetraplégico também. Beirei uma depressão, o túnel não tinha luz e já avistava o pré-sal na minha fossa.

Foi quando conheci outros cadeirantes, outras histórias, outras experiências... Foi quando um ANJO me chamou de ALEIJADO pela primeira vez sem maldade e com um sorriso na cara, por inclusive estar na mesma situação. Pela primeira vez tinha contato com uma história com final feliz, e esse final o protagonista não voltava a andar, nem subir escadas e muito menos namorar de pé. Ele me mostrou que a felicidade nunca esteve ligado a voltar a andar, que não poderia subir escadas como antigamente e para isso existiam as rampas e os seguranças/bombeiros/brigadistas/voluntarios grandes, fortes e gente boa hahaha, e me mostrou que o que encanta uma mulher não é jogá-la na parede, mas sim carregá-la no colo como uma princesa. Me mostrou que poderia viver, pois a medula não é o motor, não é o que gerência tudo, me mostrou que além de viver eu deveria agradecer por estar vivo e ter outra chance.

 A partir daí comecei a ter coragem e por minha cara a tapa, fui a luta. Lógico que tive medo, mas botei na minha cabeça que eu era maior que ele e que podia conviver com ele. Passei a me aceitar, não com a imagem antiga e fechada de um tetraplégico, porém sim com a imagem de um ser humano errante que veio aqui para tentar e caso viesse a errar tentaria de novo ate seu êxito. Cada vez que me olhava no espelho, meu amor por mim mesmo aumentava e não baseado no que os outros achavam, mas sim nas minhas atitudes, no meu sorriso e na minha vontade de vencer. Fui viver, pois havia entendido que se eu não chorasse e sorrisse ninguém iria fazê-lo por mim. Aprendi a sorrir para a vida e então ela passou a sorrir para mim.

A ideia desse post não é me vangloriar, nem me exibir. Só quero mostrar que eu estive muito fundo como você talvez esteja meu amigo leitor ou como alguém que você conheça que esteja nessa situação e saí dela sorrindo, lutando muito e sempre, mas ao mesmo tempo olhando sempre o lado positivo e feliz de tudo. E se vocês me derem a honra queria ter a mesma função que aquele meu ANJO teve ao me chamar de ALEIJADO e me mostrou que existe um final feliz, de uma história nova que começa agora cujo protagonista começa com um grande problema e faz desse grande problema uma solução. Finalizando queria terminar com uma frase genial que escutei essa semana, segurem a bomba: Você só saberá o quão forte é, quando a vida te der como única opção ser forte.

''FORTES SÃO AQUELES QUE TRANSFORMAM EM LUZ O QUE É ESCURIDÃO''

GUI 

3 comentários:

  1. História foda, Guizão. Mandou muito.
    Tu sabe o quanto é importante pra mim, parceiro.

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  2. Gui já conhecia um pouco da sua história, que vc já tinha me contado, mas assim detalhado e com riqueza nos detalhes ficou ainda mais importante.É isso ai... Deus te abençõe sempre...

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